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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O FACEBOOK DE UM CRIMINOSO ILETRADO

Não há muito para falar ou escrever sobre esta merda de homem...


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domingo, 12 de setembro de 2010

Olarápio 'Azul' Benquerença... o de Milão!

Começam já a faltar palavras para descrever (e adjectivar!) tudo o que se relacione com duas COISAS no futebol nacional.

A 1.ª coisa é aquela imundice azul-nortenha, que alguns teimosamente designam por fcporto mas que não passa de fcporCo, essa agremiação 'camorriana', e tudo o que se relacione directamente com ela.

A 2.ª coisa que enoja profundamente - pode-se mesmo falar em asco - é um nome que... alguns, também teimosamente, usam: - Olegário Benquerença (certamente nem os pobres pais gostavam de tal criatura repugnante) mas para иós será sempre o OLARÁPIO!

Ambas estão interligadas, é certo. Podia ter-se aplicado o 'teorema' do dois-em-um porque na verdade ambas fazem parte do mesmo todo.
E o que é esse "mesmo todo"?
Esse "mesmo todo" vamos chamar-lhe A.A. (não, não se trata dos Alcoólicos Anonimos mas sim do Apito Azulado - na verdade Apito Dourado e que resultou em praticamente nada ou não estivessemos nós em Portugal...) e a M.D.N. (Máfia Desportiva Nacional).
Leiam os vários 'posts' colocados aqui neste blogue, ao longo dos tempos, e perceberão toda a Trama que temos vindo a falar desde há largos anos a esta parte. Digam-nos, por favor, uma simples arbitragem em que esse tal de Olarápio Benquerença não tenha beneficiado directa ou indirectamente a tal "1.ª coisa" mencionada aqui. Chega-nos uma!



Mas vamos recuar no tempo.
Sexta-feira, dia 10 de Setembro, no jogo de Guimarães frente ao Vitória local viu-se mais do mesmo do referido 'artista'.
Eis o resumo dos momentos mais importantes/marcantes:

Momento 1 - minuto 22, primeira parte, Saviola não estava em posição irregular (o auxiliar do árbitro naquele preciso momento estava a pensar quanto cabia na sua carteira...).

Momento 2 - minuto 36, primeira parte, agressão descarada sobre Pablo Aimar dentro da grande área vimaranense (o Olarápio fingiu não ver...).

Momentos 3 e 4 - ainda na primeira parte do jogo, destacam-se dois cartões amarelos, um para Carlos Martins por ter efectuado um corte limpo sobre o adversário (Olarápio teve uma alucinação momentânea) e outro para Javi Garcia por ter ido conversar amigávelmente com o auxiliar (Olarápio não admite conversas paralelas onde ele não possa se evidenciar... Ah, mas esperem lá! Os jogadores do azul-porco-riscado já podem conversar, perseguir, intimidar e até ameaçar...).

Momento 5 - minuto 50, segunda parte, Carlos Martins é derrubado na área de penalty do Vitória com Olarápio perfeitamente enquadrado e bem perto do lance disputado (uma vez mais Olarápio finge não ver...).



O Roubo do OLARÁPIO 'Azul' BOIquerença


O resultado de mais um 'sketch Olarapiano' salda-se, desta vez, em dois penalties não assinalados a favor do BENFICA e consequente expulsão dos jogadores vimaranenses envolvidos nos lances referidos, um fora-de-jogo mal assinalado que podia ter resultado em golo do Benfica e, pelo menos, duas amostragens de cartões amarelos a outros tantos jogadores do Benfica em que nem há adjectivos que qualifiquem tais péssimas decisões...


As perguntas que deixamos aqui no ar são as seguintes:
- Até quando este 'paneleimerdoso' de nome Olarápio Benquerença vai continuar a pavonear-se pelos estádios deste país? E como pode este serzinho repugnante e asqueroso ser árbitro FIFA?
 

E, já agora, a título meramente informativo, esse tal Olarápio, filho de trinta mil rameiras - fora a progenitora que a única culpa que teve foi a de não ter feito um requeijão ao invés de o ter parido - tem o hábito de andar a 'pregar' pelo seu círculo de familiares, amigos e conhecidos da sua terra natal, nos arredores da cidade de Leiria, dizendo-se benfiquista...
É de bradar aos céus tal afirmação dessa tamanha aberração!
Curiosamente, recuando uns bons anos, quando ele ainda jogava como avançado nos juniores do União de Leiria, dizia ser sportinguista...Mais curioso ainda, é que os clubes mais prejudicados pelo apitar da sua beiça, são precisamente os clubes dos quais ele afirma, ou afirmou, que é, e o clube que ele, tendenciosamente, beneficia sempre é esse mesmo... o tal que traja de Azul-Porco Riscado!

Resta-nos então concluir que, segundo como o próprio afirma, de paixão tem dois clubes: - Benfica e sporting. Mas o clube que ele beneficia sempre, directa ou indirectamente, e de forma descarada, deve ser a sua Entidade Patronal! E... como bom funcionário que é, jamais poderá desiludir quem lhe paga!...



Fiquem, uma vez mais, com o video dos Gato Fedorento sobre o 'Olarápio de Milão'.
 



FORÇA  BEИFICA
VEИCE POR  ИÓS



sexta-feira, 16 de julho de 2010

História dos Estádios: Capítulo IX



História dos Estádios
Capítulo IX - Estádio do Sport Lisboa e Benfica
Novo Estádio da Luz (desde 25 de Outubro de 2003)


O Estádio da Luz, ou Estádio do Sport Lisboa e Benfica (nome oficial), também conhecido como 'A Catedral' está situado na capital de Portugal, Lisboa, e foi inaugurado no dia 25 de Outubro de 2003 num jogo amigável contra a equipa uruguaia do Nacional que o Sport Lisboa e Benfica venceu com um resultado de 2-1, com Nuno Gomes a bisar.

No âmbito da realização do Euro 2004 foi demolido o antigo Estádio da Luz e foi construído este novo estádio em local adjacente.
A autoria do projecto do novo estádio é da empresa australiana Populous, a mesma que projectou o Estádio Olímpico de Sydney na Austrália ou o novo estádio do Algarve em Portugal.

A 7 de Julho de 2007 foi o palco da apresentação pública das novas 'Sete Maravilhas do Mundo', assim como, das 'Sete Maravilhas de Portugal', eventos que se encontravam em votação via internet, entre outros meios.

A 9 de Novembro de 2009 atingiu o espectador 6 milhões.


‡ Caracterísicas e Zonas do Estádio ‡

O novo Estádio do Benfica é erguido de acordo com os princípios e técnicas mais inovadoras para a construção de estádios modernos e vai ao encontro das mais exigentes normas de segurança e recomendações da FIFA e da UEFA.
Em qualquer lugar do estádio é grande a sensação de se estar próximo do relvado, o que aliado às condições acústicas de excepção favorecem o espectáculo e a emoção.

- Anel VIP com mais de 7.000 lugares especiais quer pela sua localização, quer pelo tipo de cadeiras de elevado conforto e restantes benefícios associados.
- Mais de 65.000 lugares sentados e cobertos.
- 156 camarotes.
- 2 ecrãs gigantes visíveis de qualquer lugar do estádio.

Primeiro Anel:
- 21.800 lugares
- 12 bares
- Lugares para pessoas com deficiências motoras Piso Relvado
- Balneários
- Corredor acesso ao estádio
- Sala de Comunicação Social

Segundo Anel:
- 7.300 lugares
- 12 bares
- Salas de apoio exclusivas
- Tribuna Presidencial
- Health Club
- Restaurante Panorâmico
- Museu

Terceiro Anel:
- 2.500 lugares
- 8 bares
- Camarotes de Empresa
- Camarotes de Sócios
- Business Center e Corporate Center
- Health Club
- Restaurante Panorâmico

Quarto Anel:
- 33.600 lugares
- 23 bares
- Health Club

Pisos Subterrâneos:
- Piso -1: 170 lugares estacionamento mais estacionamento VIP
- Piso -2: 400 lugares estacionamento
- Piso -3: 840 lugares estacionamento.

 


(clicar para abrir hiperligação)



quinta-feira, 15 de julho de 2010

História dos Estádios: Capítulo VIII


História dos Estádios:
Capítulo VIII - Estádio do Sport Lisboa e Benfica
1.º Estádio da Luz (1954 a Outubro de 2003)



O dia 1 de Dezembro de 1954 é a data que assinala um dos maiores feitos da história Benfiquista - a inauguração do Estádio do Sport Lisboa e Benfica, popularmente conhecido por Estádio da Luz. Foi o culminar de um sonho de muitos anos, após inúmeras iniciativas e actividades que movimentaram o País e as colónias portuguesas, num esforço gigantesco que merece figurar na história contemporânea de Portugal como um dos seus capítulos mais vibrantes. Podemos classificar o Estádio como um monumento erguido com a vontade de um povo! Após várias décadas sem casa própria, o maior e mais popular clube português conseguia, finalmente, um estádio à imagem da sua dimensão.



Logo que, em Março de 1944, o Clube teve conhecimento de que a Câmara Municipal de Lisboa (CML) - proprietária do Campo Grande, onde o Benfica jogava desde 05/10/1941 - estava a estudar uma nova localização para o recinto benfiquista, começou a pensar-se na ideia de construir um novo estádio. Porém, os anos foram passando e as Direcções do Clube, eleitas anualmente, mostravam-se incapazes de obter, da CML, terrenos para a edificação do novo campo. Alguns associados descontentes com a situação são eleitos, a 19/01/1946, para a direcção, conseguindo, a 17/05/1946, um encontro no Ministério das Obras Públicas, durante o qual o ministro eng.º Cancela de Abreu se mostra interessado na resolução do problema, afirmando que "o Benfica é de Benfica e para lá tem de voltar!".



Iniciava-se, então, o processo que levaria à construção do estádio actual. Joaquim Bogalho tinha um conjunto de princípios que procurava implementar. O estádio deveria ser feito ao nível do melhor clube português, salvaguardando o seu pagamento imediato, de modo a evitar empréstimos que hipotecassem novamente o futuro, como acontecera com o estádio das Amoreiras havia dois decénios! É que, considerava-se, o enfraquecimento do nosso futebol durante os anos 30 e 40 muito se devera aos pagamentos de empréstimos para a construção desse estádio, o que exaurira o clube ("esse cancro que corroía a nossa existência; um tormento atroz.", nas palavras de Bogalho), conduzindo à debilitação da equipa principal de futebol. Procuravam-se, assim, terrenos amplos e acessíveis na cidade de Lisboa, bem localizados e onde se conseguisse construir um "Parque de Jogos" que fosse ao encontro do eclectismo do Clube.



Procurava-se, por tudo isto, obter terrenos em condições vantajosas: topografia que facilitasse (e não encarecesse) os trabalhos e a um preço acessível, já que o desejo não era arrendar mas sim comprar - o que, para evitar encargos futuros, só viria a ser possível em 21/10/1969. Quanto ao tipo de construção, o ideal seria um estádio sem luxos, mas funcional, à imagem do Benfica, ou seja, um recinto desportivo com uma capacidade de assistência aceitável para a massa associativa (40 000 lugares - o Clube registava 14 334 sócios em 31/12/1949) e erguido a partir de um projecto que comtemplasse a possibilidade de ampliação futura. Depois de delimitados os terrenos em Carnide - entre a estrada de Benfica, a rua dos Soeiros e a azinhaga da Fonte (próximo do local onde estava projectada a nova avenida circular de Lisboa) -, iniciaram-se as expropriações por parte da CML, a 15/11/1949.



A elaboração do projecto do "Novo Parque de Jogos" foi entregue ao arquitecto João Simões, antigo futebolista do Clube, nas categorias inferiores, entre 1925/26 e 1929/30, que teve a sabedoria de conceber um conjunto de recintos desportivos magnífico para o estádio principal e para os espaços desportivos envolventes, uma obra arquitectónica notável, que, apesar de concluída apenas 40 anos depois, seguiu as "linhas gerais" definidas em finais dos anos 40 por João Simões, o que enaltece a genialidade do projecto inicial. Já nos anos 50, iniciam-se as campanhas financeiras que vão viabilizar a construção do estádio. A 27/10/1951, surge a ideia de aumentar voluntariamente a quota de 16$00 para 20$00, dando início à campanha "Fundos para o novo Estádio", que rapidamente tem grande adesão por parte dos associados.



Mas é com a eleição da Direcção presidida por Joaquim Bogalho, em 15/03/1952, que se incrementam diligências para a construção do estádio. Destas, destaca-se a criação da "Comissão Central do Novo Parque de Jogos do SLB", encabeçada por Joaquim Bogalho. A Comissão estimulou e desenvolveu variadas iniciativas e coordenou ideias de outros associados, gerando-se um movimento imparável, exaltado de benfiquismo e que permitiu o êxito das várias iniciativas, devidamente publicitadas no semanário do clube, O Benfica. Após a Assembleia Geral de 16/07/1952 ter autorizado a Direcção a assinar o contrato de ocupação dos terrenos que a CML destinara ao futuro estádio do Clube, entrou-se num período de euforia que só viria a dissipar-se com a inauguração do Estádio.



A visita à Estrada da Luz, 203, local dos terrenos do futuro estádio, determinou o lançamento da campanha de donativos "O Primeiro Impulso", arrancando, desde logo, com 90 000$00. A escritura da cedência dos terrenos efectuou-se na CML, a 06/11/1952. A área foi de 120 000 m2, sob arrendamento mensal de 1 500$00, passando, mais tarde, em Julho de 1954, para 5 000$00, também mensais, mas sempre com a perspectiva de aumentar a área envolvente e garantir a compra dos terrenos, o que realmente viria a acontecer. Em Janeiro de 1953, as dádivas começam a ser recolhidas no "Fundo de Construção do Novo Parque de Jogos do Clube". Quando a 23/05/1953 é adjudicada a empreitada de terraplanagens, pelo valor de 840 000$00, contabilizava-se já, nos "Fundos Pró-Estádio", um total de 1 355 658$00.



A inauguração oficial das obras efectua-se em 14/06/1953. Numa primeira fase, o Clube desenvolve uma intensa campanha para obtenção de fundos: leilões diários na Secretaria, espectáculos pró-estádio, sorteios monumentais e disponibilização de um mealheiro gigante no Pavilhão do Benfica na Feira Popular. São levadas a cabo, também, algumas iniciativas de âmbito cultural, como um concurso de cartazes e outro de quadras populares. O êxito destas acções permite ao Clube guarnecer-se de recursos financeiros para os trabalhos iniciais de terraplanagem do local, por onde vão passando milhares de pessoas que não deixam de colaborar, pagando 10$00 por cada enxadada. Tudo isto com a ajuda do jornal O Benfica, que reserva semanalmente as páginas 4 e 5 (centrais), com o título "Pró-Estádio do Benfica", acompanhando o desenrolar dos acontecimentos e das acções de angariação de fundos e noticiando e promovendo novas iniciativas.



Com a multiplicação dos Festivais Pró-Estádio em vários locais, dentro e fora do país, do Minho a Timor, os trabalhos decorrem sem interrupções, em pleno clima de exaltação. A 30/01/1954, quando se adjudica a empreitada para as fundações das bancadas - pelo valor de 542 330$00 -, havia nos "Fundos" um saldo de 2 336 825$48. Em simultâneo, inicia-se uma gigantesca "Campanha do Cimento". Quando, a 17/05/1954, se inicia a construção das bancadas do 1.º e do 2.º anel, adjudicadas por 5 968 000$00, regista-se um saldo de 2 078 400$48 e assinala-se a entrada no Clube de 9 327 sacos de cimento, correspondendo a 467 toneladas. Em Outubro de 1954, foi criada a campanha "O Último Impulso - Quem não deu que dê agora, quem já deu que torne a dar". O slogan serviu para incentivar os donativos em dinheiro e cimento que se prolongaram para lá da inauguração do estádio, permitindo a Joaquim Bogalho, tal como era seu desejo, pagar o estádio - no valor de 12 037 683$65 - quando deixou o cargo de presidente da direcção, após as eleições de 30/03/1957.



Finalmente, às 11 horas do dia 1 de Dezembro de 1954, o emocionado líder do Clube, e maior responsável pela passagem do sonho à realidade, Joaquim Ferreira Bogalho, abre simbolicamente uma das portas de acesso ao Estádio, inaugurando um dos mais belos recintos desportivos do mundo. O Recinto viria a acompanhar o futuro crescimento desportivo e associativo do Clube. Originalmente com "dois anéis", sem iluminação e isolado, seria mais tarde dotado de torres de iluminação (1958), de um 3º anel construído em duas fases (1960 e 1985, permitindo aumentar a sua lotação para 70 000 e 120 000 pessoas, respectivamente) e de inúmeras infraestruturas desportivas à sua volta. A 04/01/1987, por ocasião da 15.ª jornada do Campeonato Nacional de 1986/87, frente ao FC Porto, o Estádio da Luz registaria a maior assistência de sempre: 135 000 pessoas!



A importância da nova casa, onde o Benfica dispunha pela primeira vez na sua história de um campo relvado revelou-se logo na época da sua inauguração, com a conquista do título de Campeão Nacional, que escapava desde 1950. Muitos clubes passaram então a sentir o "efeito Luz", saindo, com frequência, goleados do majestoso reduto. Que o digam alguns dos mais reputados emblemas do futebol internacional, que sucumbiram, em jogos da Taça dos Campeões, ao efeito terrível da "Catedral": 6-2 ao Ujpest da Hungria (06/11/1960), 5-1 ao Áustria de Viena (08/11/1961), 6-0 ao campeão alemão, FK Nuremberga (22/02/1962), e 5-1 ao finalista europeu de 1964, o Real Madrid (24/02/1965). Em jogos com clubes portugueses, os exemplos são igualmente vastos: 9-0 ao Boavista, para o Nacional (07/02/1960), 6-0 ao FC Porto, para a Taça (30/04/1972), 5-0 ao Sporting, para o Nacional (19/11/1978) e 8-0 ao Belenenses, para o Nacional (30/03/1980).



Entre outros, foi também na Luz que o Benfica comemorou 23 (2 "bis" e 4 "tris" pelo meio) dos seus 30 títulos de Campeão Nacional, o apuramento para 23 finais da Taça de Portugal (tendo 16 resultado na obtenção do troféu), 7 passagens à final da Taça dos Clubes Campeões Europeus e a disputa da 2.ª mão da final da Taça UEFA, em 18/05/1983. Tendo como referência a vitória 2700 do Clube (curiosamente, 2300 com adversários portugueses), registada em 12/01/2002, data em que o Benfica defrontou, para o Nacional de 2001/2002, o Varzim SC (3-2), já se tinham jogado, até essa data, 1068 jogos no Estádio da Luz, desde a sua inauguração em 01/12/1954. A vitória 400 com adversários estrangeiros foi, também, conseguida no nosso Estádio, a 05/08/2001.



No total de 1075 jogos realizados, o Benfica somou 846 vitórias, 167 empates e apenas 62 derrotas, tendo marcado 3121 golos e sofrido 692. Entre 02/03/1969 e 18/12/1973, o Benfica registou a espantosa marca de 91 jogos consecutivos sem perder, com 80 vitórias e 11 empates. De assinalar, também, o registo fantástico de 37 vitórias consecutivas, alcançadas entre 01/12/1979 e 22/04/1981.



Em breve, a velha Luz irá "apagar-se", sacrificada ao Euro/2004. Mas o universo do futebol jamais esquecerá aquele que é carinhosamente conhecido no mundo por "Stadium of Light", um Estádio onde se disputaram alguns dos melhores jogos de futebol realizados na 2.ª metade do séc. XX.



(nota: O actual Estádio da Luz foi inaugurado a 25 de Outubro de 2003)







‡ Curiosidades, Dados Estatísticos e Marcos Históricos ‡




Nome: Estádio do Sport Lisboa e Benfica (popularmente conhecido por Estádio da Luz)



Localização: Benfica (S. Domingos) - terrenos à direita da Azinhaga da Fonte, que liga o Calhariz de Benfica ao Largo da Luz, em Carnide

Datas de posse: 6 de Novembro de 1952

Superfície aproximada em 1954:  122 000 m2
Superfície aproximada em 1970:  180 000 m2
Superfície aproximada em 1981:  210 000 m2
Superfície aproximada em 1998:  260 000 m2



Situação Actual: Parque de Estacionamento, a norte da Estação de Metropolitano do Campo Grande



Tipo de Propriedade: Propriedade Privada



Valor aproximado:
- Custo dos Terrenos (aluguer em 1954) 5.000$00 / mês
- Custo dos Terrenos (compra a 21/10/1969) 3.216.000$00
- Custo das Terraplanagens 840.000$00
- Custo das Drenagens e Arrelvamentos 739.880$00
- Custo das Fundações 542.330$00
- Custo da Construção (2 anéis) 5.968.000$00
CUSTO TOTAL (1956) 12.037.683$00
- Custo das Torres de Iluminação (1958) 4.135.464$65
- Custo do 3.º anel (1960) 15.815.947$50
- Custo do Fecho do 3.º anel (1985) 521.673.020$10





Alguns dos resultados mais expressivos:



07/02/1960 - Vitória de 9-0 sobre o Boavista FC para o Campeonato Nacional da I Divisão
06/11/1960 - Vitória de 6-2 sobre o Ujpest (Hungria) para a Taça dos Clubes Campeões Europeus (1/8 final, 1.ª mão)
08/11/1961 - Vitória de 5-1 sobre FK Áustria de Viena para a Taça dos Clubes Campeões Europeus (1/8 final, 2.ª mão)
22/02/1962 - Vitória de 6-0 sobre o FC Nuremberga (Alemanha) para a Taça dos Clubes Campeões Europeus (1/4 final, 2.ª mão)
24/02/1965 - Vitória de 5-1 sobre o Real Madrid (Espanha) para a Taça dos Clubes Campeões Europeus (1/4 final, 1.ª mão)

06/10/1965 - Vitória de 10-0 sobre o Stade Dudelange (Luxemburgo) para a Taça dos Clubes Campeões Europeus (1/16 final, 2.ª mão)
Obs.: Constitui, em conjunto com o resultado da 1.ª mão (8-0), o melhor resultado de sempre alcançado por um clube europeu nas competições europeias em duas mãos: 18-0 (Record Absoluto).

30/04/1972 - Vitória de 6-0 sobre o FC Porto para a Taça de Portugal (meia final)
19/11/1978 - Vitória de 5-0 sobre o Sporting CP para o Campeonato Nacional da I Divisão
30/03/1980 - Vitória de 8-0 sobre o Belenenses para o Campeonato Nacional da I Divisão

11/01/1989 - Vitória de 14-1 sobre o Riachense para a Taça de Portugal (1/16 final)
Obs.: O melhor resultado de sempre de um clube na Taça de Portugal (Record Absoluto).




Curiosidades:

Data da Inauguração e 1.º jogo: 01/12/1954 - contra o FC Porto
Maior assistência: 135.000 pessoas (04/01/1987, contra o FC Porto para o Campeonato Nacional da I Divisão)
Resultados Totais (de 01/12/1954 a 28/04/2002): Total de 1075 jogos. 846 vitorias, 167 empates, 62 derrotas, 3121 golos marcados e 692 golos sofridos
Outras Instalações:
- Pavilhão dos Desportos (15/05/1965)
- Campo 2 (pelado em 1968; relvado em 1974; sintético em 1997)
- Campo 3 (relvado em 17/10/1973)
- Pista de Atletismo (18/05/1974)
- Campo 4 (pelado em 1975; reorientado em 1978; relvado em 1989)
- 8 Courts de Ténis (28/12/1975)
- Piscina (23/09/1978)
- Pavilhão Polivalente (28/02/1982)
- 3 Courts de Ténis (1983)
- Tanque de Aprendizagem de natação (30/12/1985)
Motivo do Abandono: Demolição para construção do actual novo Estádio com vista à realização do Euro 2004.



 

domingo, 11 de julho de 2010

História dos Estádios: Capítulo VII


História dos Estádios:
Capítulo VII - Estádio do Campo Grande (1941 - 1954)

No Campo Grande, espaço desportivo muito antigo em Lisboa, teve o Benfica grandes tardes de glória. Foi também neste campo que fizeram as suas festas de despedida grande parte dos futebolistas que reforçaram a mística do Benfica nos anos 30 e 40. Em finais de 1939, o presidente da Direcção foi chamado ao Ministério das Obras Públicas, sendo informado pelo Ministro Eng.º Duarte Pacheco que os três clubes de Lisboa - Benfica, Belenenses e Sporting - teriam de abandonar os seus campos, para se instalarem no Parque Florestal de Monsanto, onde a Câmara Municipal de Lisboa (CML) faria construir três estádios. Acrescentou o ministro que o Benfica seria o primeiro clube atingido, devido às obras da auto-estrada.



Entretanto, em contacto com a CML, a Direcção do Benfica foi informada de que o Clube ficaria provisoriamente instalado no Campo Grande, cedido pela renda mensal de 600$00 (valor que o Benfica conseguiria reduzir para 550$00). Como era habitual, o Benfica dispunha de pouco dinheiro para realizar as obras de adaptação dum espaço desportivo que há muito estava desactivado e que nunca chegara a ter grandes condições. Depois de lutar por uma indemnização justa, em face da sua saída involuntária das Amoreiras, a direcção do Benfica conseguiu que esta passasse de 600 para 800 contos (note-se que o Estádio das Amoreiras representou 2 000 contos de investimento em 15 anos de utilização).



A CML comprometeu-se a pagar 400 contos no acto da escritura e o restante o mais breve possível, mas nunca excedendo o ano de 1940. A edilidade comprometeu-se, ainda, a dar prioridade ao Benfica na escolha do campo no Parque de Monsanto. O Benfica recebeu 800 contos de indemnização para abandonar o Estádio das Amoreiras, mas teve de pagar dívidas (ainda referentes aos empréstimos para a sua construção), ficando apenas com 500. Não se podia, pois, pensar em grandes obras, mas sim em dotar o estádio de condições aceitáveis. Sem muito terreno disponível e sem recursos amplos não se podia pensar mum projecto grandioso. Havia que conciliar a necessidade de remodelação do espaço com o dinheiro disponível.



As obras iniciaram-se em 1940 e foram acompanhadas com interesse por toda a massa associativa do Clube. O Campo Grande encontrava-se desactivado desde 1937, após ter sido abandonado pelo Sporting, que alugou nesse ano o estádio do Lumiar (hoje Estádio José Alvalade, submetido a grandes obras em 1947 e em 1956). Mas a utilização do espaço como campo de futebol remonta a 13/10/1912, dia em que foi inaugurado pelo então clube proprietário, o Lisboa FC, rival do Sporting e que arrendou a Quinta do Palácio Canas para aí construir o seu campo atlético. Para inaugurar o campo, deslocou-se, nesse dia, ao Continente, pela primeira vez, o CS Marítimo, do Funchal, que venceu o desafio por 3-0.



Em 1913, José de Alvalade, em litígio com o Sporting, do qual se viria a afastar em 1916, decide ampliar o "Stadium de Lisboa" (seria inaugurado a 28/06/1914), fazendo demolir a tribuna do campo do Sporting (situado mais a norte e que nesta época se chamava Sítio das Mouras, mas que quando foi reactivado, nos anos 30, se passou a chamar Lumiar-A) para retirar materiais para a nova construção, inutilizando o campo. Este acto não agradou aos dirigentes do clube leonino, mas como o Sporting não era proprietário do espaço, que pertencia ao Visconde de Alvalade, avô de José de Alvalade, foi obrigado a aceitar a resolução.



A Direcção do Sporting decidiu, então, entrar em conversações com o senhorio do espaço onde se situava o campo do Lisboa FC, cobrindo a proposta deste clube. O Sporting mudou-se, assim, para o Campo Grande, fazendo obras de melhoramento no local e conduzindo à extinção o Lisboa FC, que, sem campo, se viu obrigado a juntar-se ao SC Império (proprietário do campo de Palhavã), formando-se, então, o Império Lisboa Clube. Sob a tutela do Sporting, o recinto (inaugurado em 01/04/1917, num jogo com o Benfica que resultou em 0-0) passou a ser conhecido por Campo Grande 412, e, mais tarde, após a Revolução de 28 de Maio de 1926, que implantou a Ditadura Militar e depois o Estado Novo, o Campo Grande passou a ser designado de Campo 28 de Maio.



O Sporting utilizou este espaço desportivo durante 20 anos. Em 1937 arrendou o Estádio do Lumiar (antigo Stadium de Lisboa), abandonando o Campo Grande. Ou seja, quando o Benfica iniciou as obras de reconstrução do Campo Grande, este estava desactivado há 3 anos. Enquanto estas duraram (1940/41), o Clube utilizou três estádios para receber os adversários em jogos do Regional e do Nacional: 1 jogo nas Salésias (Belenenses), 5 jogos no Lumiar-A (Unidos FC) e 10 jogos no Lumiar (Sporting CP). Entretanto, O Benfica consegue fazer um "trabalho de formiga", levantando bancadas de madeira em redor do campo - uma obra que chegou a parecer impossível.



Em 05/10/1941, quando é inaugurado, o Campo Grande causa estupefacção. Como era possível fazer um estádio daqueles num espaço que fora abandonado pelo Sporting por, alegadamente, não possuir condições! Mais: o Campo Grande estava, até, melhor do que o Estádio do Lumiar, para onde se mudara o Sporting, 4 anos antes! No jogo inaugural o Benfica venceu o Sporting, por 3-2. O Clube conseguiu ainda alugar um espaço adjacente, inaugurando, a 01/12/1946, uma Pista de Atletismo em cinza e um segundo campo atlético para jogarem outras categorias e para se praticarem outras modalidades (Râguebi, Hóquei em Campo e Andebol de Onze). O complexo foi, também, dotado de um Campo de Basquetebol, de um "Court" de Ténis e de uma Carreira de Tiro.



Dos 2 hectares disponíveis em 1941, o Benfica passou a dispor, em 1946, de 5 hectares alugados. Mas o espectro da precariedade pairou sempre sobre o Campo Grande, alcunhado de "Estância de Madeira". Alguns adeptos queixavam-se de que o estádio gerava custos dispendiosos, obrigando o Clube a investimentos avultados (1 227 410$70 entre 1940 e 1944) quando o terreno nem sequer era pertença sua. Em Março de 1944, tendo reservado dinheiro para obras de conservação das bancadas, que se encontravam em estado de grande degradação, o Benfica foi informado pela CML que o Município estava a estudar a localização de novos terrenos para instalar o Clube. Foi decidido, então, não se aplicar o dinheiro em obras de conservação do Campo Grande, já que a utilização provisória do mesmo não justificava investimentos.



Após alguma indefinição por parte da CML, que indicava terrenos que não serviam as aspirações do Clube por serem muito caros, de topografia pouco adequada a um campo desportivo ou pela sua pequena dimensão (caso do espaço oferecido na Avenida Alferes Malheiro - hoje Avenida do Brasil -, mais tarde ocupado pelo LNEC). Em 1946, o Benfica conseguiu uma proposta para regressar à área de Benfica. Em causa estavam uns terrenos perto da Quinta da Luz. Mas o Clube havia de manter-se no Campo Grande por mais alguns anos, fazendo pequenas (mas, por vezes, dispendiosas) obras de conservação. Finalmente, em 18/04/1954, a categoria de honra fez, frente ao Atlético CP, o último jogo no Campo Grande, integrado na festa "Pró-Estádio", iniciativa que visava obter receitas para o novo parque desportivo (apelidado, nas primeiras épocas, de Estádio de Carnide, antes de adoptar o predicativo da Luz).



O Benfica cumpriu 13 temporadas no Campo Grande, onde somou 214 jogos, 176 vitórias, 17 empates, 21 derrotas, 888 golos marcados e 275 sofridos. Não faltaram, também, grandes goleadas: 12-2 ao FC Porto (07/02/1943), 7-2 ao Sporting (28/04/1946) 13-1 à Sanjoanense (27/04/1947) - ainda hoje o melhor resultado no Nacional - e 9-0 ao V. Setúbal (07/02/1954), todas elas a contar para Campeonato Nacional da I Divisão. Em bom número se contam, igualmente, as festas de despedida: Valadas (01/12/44), Albino (13/05/45), Gaspar Pinto (08/09/46), Martins (31/08/47), Espírito Santo (08/12/1949), Julinho (10/06/1953) e Moreira (08/12/1953).



E foi durante a permanência no Campo Grande que o Benfica conquistou, no Estádio Nacional (1949/50), um dos troféus mais emblemáticos da sua história: a Taça Latina. Para além deste, foram vários os êxitos alcançados neste período, com destaque para 4 Campeonatos Nacionais e 6 Taças de Portugal. No Campo Grande, o Benfica concretizou, também, outros registos espantosos, entre os quais o de 21 vitórias consecutivas e o de 47 jogos seguidos sem perder (apenas 2 empates). Após o futebol de honra ter abandonado as instalações, o Benfica continuou, ainda assim, a utilizar o espaço para treinos, jogos de outras categorias e de outras modalidades, deixando apenas para 1971 - após 30 anos de utilização (para jogos oficiais da categoria de Honra apenas durante 14 temporadas) - o adeus definitivo ao Campo Grande.



Determinante para o abandono definitivo foi a justificação camarária de que seria necessário abrir uma avenida de acesso ao campo do Sporting. Pareceu, afinal, tratar-se de uma manobra engenhosa, já que o velho Campo Grande viria a servir, durante 26 anos (!), como campo de jogos de futebol do clube de Alvalade. Em cima do antigo peão foi construído um edifício, designado de Pavilhão. Actualmente, o espaço encontra-se ocupado por um parque de estacionamento, a norte da Estação do Campo Grande, da rede do Metropolitano de Lisboa.



O Campo Grande ficou na história como um dos espaços desportivos mais antigo da Cidade, utilizado quase ininterruptamente entre 1912 e 1997 (pelo Benfica, entre 1941 e 1971). Aí conheceu o Benfica grandes tardes de glória, entre 1941 e 1954, numa altura em que alguns dos jogadores se transportavam no eléctrico que ligava os Restauradores ao Lumiar, em dias de jogos e de multidões. Seguindo entre os espectadores, chegavam ao campo atrasados devido ao excesso de trânsito, acabando por ter de correr a caminho dos balneários!...



‡ Curiosidades, Dados Estatísticos e Marcos Históricos ‡

Nome: Estádio do Campo Grande

Localização: No topo norte do Campo 28 de Maio (Campo Grande, 412), junto à Estrada de Telheiras e a sul do Estádio do Lumiar

Datas de posse: de 1941 a 1954

Superfície aproximada da área: 2 Hectares em 1941 e 5 Hectares a partir de 1946

Situação Actual: Parque de Estacionamento, a norte da Estação de Metropolitano do Campo Grande

Tipo de Propriedade: Terreno cedido pela Câmara Municipal de Lisboa pela renda mensal de 550$00 (1941) até 1300$00 (entre 1944 e 1954)

Valor aproximado: Custos do arranjo do piso e construção de bancadas de 1.227.410$70, entre 1941 e 1954


Alguns dos resultados mais expressivos:

07/02/1943 - Vitória de 12-2 sobre o FC Porto
Obs.: Goleada para o Campeonato Nacional.
28/04/1946 - Vitória de 7-2 sobre o Sporting CP
Obs.: Goleada para o Campeonato Nacional.
27/04/1947 - Vitória 13-1 sobre a AD Sanjoanense
Obs.: Maior Goleada de Sempre de um clube no Camponato Nacional.
07/02/1954 - Vitória 9-0 sobre o Vitória FC (Vitória de Setúbal)
Obs.: Goleada para o campeonato nacional.

 

Curiosidades:



Data da Inauguração e 1.º jogo: 05/10/1941, contra o Sporting
Data do último jogo: 18/04/1954, contra o Atlético CP
Maior assistência: 25.000 pessoas
Outras Instalações: Campo de Basquetebol, "Court" de Ténis, Pista de Atletismo e 2.º campo atlético (01/12/1946), Carreira de Tiro.
Motivo do Abandono: Degradação, falta de condições para os associados e espaço exíguo para o crescimento desportivo e associativo do clube.



 

domingo, 20 de junho de 2010

História dos Estádios: Capítulo VI


História dos Estádios:
Capítulo VI - Estádio das Amoreiras (1925 - 1940)

O Estádio das Amoreiras foi a concretização de um sonho de 20 anos, que permitiu ao Benfica ter finalmente um "poiso certo". Quando a Escola Normal começou a exigir, em 1920, a utilização dos terrenos da Quinta de Marrocos (local onde se situava o velho campo de Benfica), o Clube iniciou contactos para conseguir um espaço onde pudesse construir um campo atlético. Em 10/04/1921, uma vez mais por intermédio de Cosme Damião, o Benfica conseguiu um terreno onde se podiam erguer novas instalações desportivas. A Direcção nomeada em 10/09/1921 teve tarefa de grande envergadura na preparação da transferência do parque de jogos para o terreno onde o Benfica havia de erguer uma obra notável para a época, embora não tivesse chegado a ficar concluída por completo - o Estádio das Amoreiras.

Houve que preparar tudo: plano (em face das necessidades impostas pelo eclectismo desportivo), projecto, estimativas e... dinheiro! Tudo isto constituiu um processo complicado. Mas serviu, uma vez mais, para demonstrar o entusiasmo que o Benfica sempre empregou nas suas campanhas. A Direcção projectou uma obra grandiosa, destinada ao futuro. O grande objectivo era conseguir pela primeira vez, no seio do Clube (que comemorara, em 28.2.1921, o 17.º aniversário), um espaço desportivo definitivo, isto é, que, de uma vez por todas, lhe pertencesse.

Mas para concretizar o sonho era indispensável arranjar dinheiro, tendo em conta o desejo de tudo ser feito com recursos próprios, à custa de espírito de sacrifício e de muito entusiasmo. Levou dois anos a preparar o "projecto" em que assentou a aquisição dos terrenos das Amoreiras e a construção do novo parque de jogos. A Assembleia Geral realizada em 04/02/1923 foi uma das mais importantes na nossa história. A Direcção foi autorizada a realizar a emissão de 12 000 Obrigações hipotecárias, no valor de 1 200 contos, e de 5 000 Títulos de Propriedade, no valor individual de 200$00 (perfazendo, no total, 1 000 contos), para a construção do Estádio das Amoreiras e para a aquisição de terreno destinado a esse complexo. A compra do terreno, em excelentes condições de localização e preço, foi efectuada com a intervenção de Cosme Damião, que agregava, em simultâneo, as funções de vice-presidente da direcção do Clube e de empregado superior da Casa Palmela, proprietária dos terrenos.



À transacção, seguiu-se a campanha de lançamento de Obrigações e Títulos de Propriedade. Foi uma obra larga de tenacidade e de entusiasmo. O custo do terreno foi de 451 077$50. As obras iniciaram-se em Outubro de 1923. Seguiu-se a construção do Estádio, tendo a direcção contraído um empréstimo de 200 contos, destinado a acelerar o andamento das obras. Até 30/06/1924, os custos estimavam-se em 534 504$80. Um ano depois, em 30/06/1925, os valores eram já de 947 462$37. Finalmente, após mais de dois anos de trabalho esgotante, em que foi necessário as direcções fazerem um esforço gigantesco (e os associados corresponderem), o Benfica inaugurou, a 13/12/1925, um magnífico estádio, perante o testemunho de cerca de 15 000 pessoas. O sonho tornava-se realidade!

Depois do Estádio inaugurado, a Direcção foi viu-se forçada, em 25/04/1926, a contrair novo empréstimo, agora de 100 contos. Com as instalações das Amoreiras gastou-se, até 30/06/1926, 1 480 666$60, incluindo o custo do terreno. O projecto contemplava, também, uma sede junto ao estádio, plano que nunca chegou a concretizar-se! Mas foi nas Amoreiras que o Benfica ressurgiu com a força que lhe iria permitir reencontrar os grandes êxitos. Em termos associativos, o clube possuía agora mais um núcleo na cidade, captando simpatias acrescidas numa área importante de Lisboa: Amoreiras/Campolide/Campo de Ourique. Iniciava-se, assim, um "triângulo vermelho" na Capital, com vértices em Benfica (sede), Baixa (secretaria) e Amoreiras (estádio).

Por ocasião da festa comemorativa das "Bodas de Prata" do SLB, realizada no Estádio das Amoreiras, em 31/03/1929, efectuou-se uma grande parada atlética, com a participação de meio milhar de atletas de todas as modalidades, incluindo de algumas filiais. Pelo terreno das Amoreiras passou o que havia de melhor, ou de mais prometedor, entre os inúmeros atletas do Clube, que desfilaram perante as bancadas cheias de público. A repercussão no universo benfiquista e na imprensa foi tal que daí em diante, no rectângulo de jogo das Amoreiras, se passou a realizar, anualmente, uma grande parada atlética.



Foi durante a permanência nas Amoreiras que o Benfica conquistou os primeiros títulos nacionais: 3 Campeonatos de Portugal (a prova que antecedeu a Taça de Portugal) e o tri-campeonato da I Liga (35/36, 36/37 e 37/38) - competição que depois se viria a designar de I Divisão e, mais tarde (já nos anos 90), novamente de I Liga. Durante este período (1925-1940), o Benfica conquistou ainda uma Taça de Portugal e dois Campeonatos Regionais. Houve grandes jogos nas Amoreiras, com destaque (além da já referida vitória sobre o Ferencvaros), para o 13-1 ao Casa Pia (no Regional de Lisboa), o 6-0 ao FC Porto (na 2.ª mão das ½ finais da Taça de Portugal, recuperando(!) de uma derrota de 1-6 na 1.ª mão), e a vitória por 5-0 sobre Sporting, que permitiu a conquista do 10.º regional de Lisboa, em 39/40. Nas Amoreiras, conseguiu o Benfica 2 séries de 14 vitórias consecutivas e uma série de 25 jogos sem perder. Efectuaram-se neste campo 238 jogos, de que resultaram 164 vitórias, 33 empates, 41 derrotas e 812-343 em golos.



As Amoreiras foram sempre tratadas com o maior carinho pelos benfiquistas. Em 1936, chegou a pensar-se na conclusão do projecto que consistia no melhoramento e aumento das bancadas para 20 000 pessoas, bem como na construção de uma piscina. Junto ao campo de jogos, existia o campo de basquetebol e dois "courts" de ténis. No Verão de 1937, fizeram-se obras para melhorar o piso e facilitar o sistema de drenagem. Em 1939, porém, começam as preocupações com o estádio das Amoreiras: a Direcção do clube é informada de que o ministro Eng.º Duarte Pacheco não prescinde de promover rapidamente a construção de uma auto-estrada pelo traçado escolhido (que implica a inutilização da bancada do peão) e do propósito de atirar os campos desportivos para fora do perímetro interno da cidade. O Benfica tinha, então, de sair das Amoreiras e, provisoriamente, instalar-se no Campo Grande, enquanto a Câmara Municipal de Lisboa não construísse três estádios no Parque Florestal de Monsanto para os três principais clubes da capital.



A indemnização oferecida ao Benfica foi de 600 contos, valor que este contestou, conseguindo elevar o montante em cerca de 33 por cento (800 contos). Foi já sob o estigma do abandono que o Benfica promoveu, nas Amoreiras, em 23/07/1939, um grande almoço de homenagem aos campeões do Clube. Em 1940, dois momentos marcaram a despedida deste Campo: a festa comemorativa do 36.º aniversário (realizada no dia 7 de Abril) e que significou o adeus ao Campo; e a disputa do último jogo (23 de Junho) - um encontro a contar para a 1.ª Mão das meias-finais na Taça de Portugal, com o Barreirense (vitória do Benfica, por 5-2).



Actualmente, nos terrenos onde esteve o campo e instalações desportivas está o Liceu Francês e a Avenida Eng.º Duarte Pacheco. Em finais de 1940, o Benfica abandonou as Amoreiras, deixando no local apenas uma delegação. Afinal, o sonho de ter campo privado tornara-se realidade somente durante algum tempo. Após 15 anos de morada fixa, o Benfica regressava a um campo provisório, sendo "obrigado" a arrendar um espaço à CML. Para trás ficava o mítico Estádio das Amoreiras, local onde a mística muito se reforçou.



Os primeiros anos foram de consolidação e, em 1929, dois acontecimentos marcaram as Amoreiras, o Benfica e o desporto português: a visita da consagrada equipa húngara do Ferencvaros, considerada uma das melhores da Europa (nas habituais digressões pelo continente europeu "arrasava" os adversários, incluindo em Portugal, onde goleara já alguns dos melhores clubes portugueses - Sporting e Belenenses, pelo mesmo resultado: 6-0). Em 06/01/1929, perante uma multidão que constituiu "record" de receita em jogos realizados no nosso País, o Benfica venceu o Ferencvaros por 1-0 (considerado, durante muitos anos, o "melhor resultado do futebol português" - é que, depois, os húngaros ainda venceram, mesmo após viagens extenuantes, o V. Setúbal, por 4-1, e o FC Porto, por 5-3). O resultado reavivou os grandes feitos do Benfica em jogos com emblemas internacionais.



 
‡ Curiosidades, Dados Estatísticos e Marcos Históricos ‡



Nome: Estádio das Amoreiras

Localização: Em Campolide, no troço Norte (lado esquerdo) da Rua das Amoreiras. Confinava a Sul com as instalações da Carris, a Norte com as traseiras dos prédios da Rua do Arco do Carvalhão, a Este com a Rua das Amoreiras, onde estava a entrada, no n.º 135, e a Oeste com o Aqueduto das Águas Livres

Datas de posse: Entre 04/02/1923 e finais de 1940



Tipo de Propriedade: Propriedade do Clube



Situação Actual: Instalações do Liceu Francês e Av. Eng.º Duarte Pacheco, entre o Liceu Francês e o Centro Comercial Amoreiras



Superfície aproximada da área: 19.500 m2



Valor aproximado: 1.480.666$60 (incluindo o custo do terreno, de 451.077$50)



Resultados Totais:
Total de 238 jogos. 164 vitórias, 33 empates e 41 derrotas; 812 golos marcados e 343 golos sofridos.




Alguns dos resultados mais expressivos:



06/01/1929 - Vitória de 1-0 sobre o Ferencvaros TC (Hungria)
Obs.: O Benfica foi o único clube vencedor dos húngaros, que na sua digressão por terras lusas golearam todos os melhores clubes portugueses.
05/12/1937 - Vitória de 13-1 sobre o Casa Pia AC
Obs.: Conquista do 10.º título de Campeão Regional
03/02/1939 - Vitória 5-0 sobre o Sporting CP
18/06/1939 - Vitória de 6-0 sobre o FC Porto

 

Curiosidades:



Data da Inauguração e 1.º jogo: 13/12/1925, num jogo para o Regional de Lisboa, com o Casa Pia AC.
Data do último jogo: 23/06/1940, para a Taça de Portugal, com o CF Barreirense
Maior assistência: 15.000 pessoas
Outras Instalações: Dois "courts" de Ténis e Campo de basquetebol
Motivo do Abandono: Expropriação pelo Ministério das Obras Públicas, para a construção da auto-estrada de acesso ao Viaduto de Monsanto, actualmente com o nome do Ministro Eng.º Duarte Pacheco (indemnização de 800.000$00)